Cheio de si, olhar içado pelo ego, segue transbordando arrogância, promovendo distância, corroendo intimidade, obscurecendo a verdade. Verdade do eu no avesso. Avessa a verdade preconizada por pseudo-realidade. Realidade em desigualdade com a pretensa deidade. Deidade coroada pela própria vaidade. Vaidade que se dilui na ambigüidade. Ambigüidade própria da humanidade. Humanidade caída, trôpega e sem vida.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Olhar Altivo
Cheio de si, olhar içado pelo ego, segue transbordando arrogância, promovendo distância, corroendo intimidade, obscurecendo a verdade. Verdade do eu no avesso. Avessa a verdade preconizada por pseudo-realidade. Realidade em desigualdade com a pretensa deidade. Deidade coroada pela própria vaidade. Vaidade que se dilui na ambigüidade. Ambigüidade própria da humanidade. Humanidade caída, trôpega e sem vida.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
O Olhar do Sonhador
Ser é Sonhar, estreitar o espaço entre irreal e real, entre abstrato e concreto, entre ideal e factível.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
O Olhar Inferiorizado
Se o megalomaníaco possui um zoom positivo em seu olhar sobre si e sobre o mundo. O olhar do inferiorizado possui um zoom negativo sobre si e um zoom positivo sobre o mundo. Mundo superlativo sobre o eu no diminutivo. Diminuído, esmilingüido, subtraído pelo próprio olhar. Ou será pelo olhar que foi visto? Visto no começo, no tempo do apreço, quando o eu não era mais que um mero verso composto pela pena olhar. Olhar que descreve. Visão que escreve o mundo do avesso, do avesso do olhar, da imagem do avesso. O inferiorizado vê-se pior do que parece e melhor do que merece. Minorado perece, ecoando lamentos. Desvanece-se escoando talentos, habilidades, conhecimentos que em si mesmo desconhece. Potência velada, imagem calada, reflexa do nada. Que nada! Nada se define menor que nada. E se nada, nada é logo não existe o nada. O nada sempre será pano de fundo de tudo. De tudo que o nada define. Definitivamente, está na mente a imagem que mente. Mente a si mesmo, mesmo sem saber, mente sem querer. Querer ser além da composição do próprio olhar. Olhar, ver e não ver como se é. Ver-se menor, menor que a maior de todas as verdades: A realidade do eu, doeu no avesso.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
O Olhar Megalomaníaco
A megalomania anda de mãos dadas com a soberba, com o orgulho e com a vaidade. Desconhece o caminho do íntimo e da verdadeira simplicidade. Simplesmente, sofisticadamente mente. Mente descontente segue cegamente vendo só à frente, telescopicamente.
Ser semeado de idéias, sonhos e projetos superlativos. Lupa sobre o inconsciente, realidade latente, desejo emergente. Gente que vê assim como sente. Sente mais do que pensa. Pensa mais do é. É menos do que pensa. Pensa, logo existe. Existência macro idealizada, vivência micro realizada.
O Megalomaníaco despreza os humildes começos. Começa na linha de chegada e assim vai. Vai a longas passadas, passando, passando e ficando pra trás. Traz na bagagem vazia a ânsia, a agonia, expectativa de sempre mais. Mais que o normal, que o reles, o casual.
Extraordinariamente, abstém-se do simples, do singelo, do detalhe relevante. O particular, o íntimo, o profundo perde seu lugar.
Sem lugar singular pro seus sonhos ancorar, o megalomaníaco segue a navegar num oceano de vastas possibilidades, de mistérios, de “verdades”. Verdade, na verdade, só a sua: nua e crua. Napoleonicamente, seus braços abraçam a lua.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
O Olhar do Narcisista
Um dia disse alguém que não se deve pensar de si mesmo além do que convém. Ora, veja bem! Como pensar além, sem ver-se muito bem? Ver-se, ater-se, não se conter e ver-se muito mais. Mais do que é visto, isto e muito mais! Mais que mais!
Cada vez mais absorvido pelo próprio olhar não percebe o perigo de por si se encantar. Encanto enquanto olhar. Olhar tanto quanto amar. Amar-se e iludir-se no enlace do olhar. Olhar encarcerado pelo desejo. Desejo pelo próprio ser. Ser projetado, manufaturado pelo olhar. Olhar de quem olha pra se auto-admirar. Há de mirar, sentir e focar, até que se funda em si mesmo a imagem do olhar. Olhar e ver-se e vice e versa.
Ver mais que se é. Ser no próprio olhar, submerso no seu finito universo. Universo de o próprio olhar. Olhar que vai e vem até não mais voltar.
sábado, 27 de outubro de 2007
O Olhar do Invejoso
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
O Olhar do Louco
Se de médico e louco cada um tem um pouco, me aventuro pensar um pouco sobre o olhar do louco. Louco, maluco, doido varrido. Varrido, execrado do mundo. Do mundo dos loucos normais, das normas e conjecturas sociais, das formas e similaridades do ser análogo. Ser fora do avesso, do avesso do olhar, da imagem do avesso. Ser comum, igualitário. Ser que é visto no astigmatismo do olhar. Olhar na lente turva da padronização: normal versus anormal. Anormal. Quem é o tal? Tal qual nenhum outro, cada louco, pouco a pouco vai ficando sem igual. Igual? Nem pensar! Muito menos no pensar. Pensar, sonhar, imaginar, criar, realizar... Realizar, tornar real, tornar-se real. Afinal, o que é real realmente? O real mente? Mente realmente?
terça-feira, 9 de outubro de 2007
O Olhar do Morto
Corpo estático, olhos abertos, olhos parados, envidraçados e fitos. Fitos no infinito, no infinito das nossas culpas, descaso e desculpas. Melhor fechá-los, melhor não vê-los, silencia-los, melhor conte-los. O que está morto e enterrado dentro de nós, ganha vida no olhar do morto. Antes que se feche a caixa fúnebre, são abertas as sepulturas da nossa alma lúgubre, onde construímos covas profundas, sepultamos as experiências de crescimento pessoal, exumadas pelo olhar do morto. Olhar que descortina o íntimo e o põe na vitrine da consciência.