segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O Olhar Megalomaníaco

A megalomania anda de mãos dadas com a soberba, com o orgulho e com a vaidade. Desconhece o caminho do íntimo e da verdadeira simplicidade. Simplesmente, sofisticadamente mente. Mente descontente segue cegamente vendo só à frente, telescopicamente.

O megalomaníaco vê o mundo de outro mundo. Mundo de ego inflado, superestimado, macro dimensionado e fixado nas bases do ser. Ser primeiramente visto, percebido, atribuído, codificado.

Ser semeado de idéias, sonhos e projetos superlativos. Lupa sobre o inconsciente, realidade latente, desejo emergente. Gente que vê assim como sente. Sente mais do que pensa. Pensa mais do é. É menos do que pensa. Pensa, logo existe. Existência macro idealizada, vivência micro realizada.

O Megalomaníaco despreza os humildes começos. Começa na linha de chegada e assim vai. Vai a longas passadas, passando, passando e ficando pra trás. Traz na bagagem vazia a ânsia, a agonia, expectativa de sempre mais. Mais que o normal, que o reles, o casual.

Extraordinariamente, abstém-se do simples, do singelo, do detalhe relevante. O particular, o íntimo, o profundo perde seu lugar.

Sem lugar singular pro seus sonhos ancorar, o megalomaníaco segue a navegar num oceano de vastas possibilidades, de mistérios, de “verdades”. Verdade, na verdade, só a sua: nua e crua. Napoleonicamente, seus braços abraçam a lua.

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