terça-feira, 25 de setembro de 2007

Primeiros Olhares


Não há nada tão puro quanto o olhar de uma criança.
É um olhar que absorve, que introjeta, que constrói, que interpreta, que transforma dados em pensamento, pensamento em sonhos e sonhos em realidade, realidade no avesso, no avesso do olhar, na imagem do avesso. É o olhar que modela é o olhar que revela o mundo no avesso, o mundo do avesso, do avesso do olhar, da imagem do avesso. São milhares de estímulos, que em fluxo intenso e contínuo, se alojam, se deslocam em desordens sinapses, riscando o universo psicofisiológico, traçando o esboço, nem sempre tão lógico, desenhando as bases do ser. Ser que será ser do olhar. Do olhar que é visto. Do olhar que vê. Que vê como foi visto, traduzido no avesso. No avesso do olhar, na imagem do avesso.
Íntimo desconhecido, parceiro ambíguo é o olhar que se vê. Que se vê no olhar do outro, que se vê no próprio olhar. Olhar que separa e aglutina, istmo entre tu e eu. Eu no avesso, no reverso do olhar, na imagem do avesso.








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